quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sobre Intimidade

Me chamou de vadia, de puta e se quer estávamos na sua cama. Sem nenhum pronome possessivo pra amenizar.
Fiquei pensando, como é que a boca que me lambia as orelhas e bico dos peitos podia cuspir coisas tão grosseiras na minha cara? Como alguém que me fodia de luz acesa e despida de todos os pudores pôde um dia me ferir tão fundo?
Depois, pediu pra que eu perdoasse, que eu esquecesse, que eu entendesse que no momento da raiva se diz coisas horríveis. Como se o que ele disse fosse irrelevante, como se as suas palavras entrassem e saíssem dos ouvidos com a mesma facilidade que ele entrava e saía de dentro de mim.